Covid-19: Saiba como encontrar emprego e as novas formas de recrutar

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Texto originalmente publicado no Correio Braziliense, em 3 de Maio de 2020:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/trabalho-e-formacao/2020/05/03/interna-trabalhoeformacao-2019,850909/covid-19-saiba-como-encontrar-emprego-e-as-novas-formas-de-recrutar.shtml

 

A pandemia de coronavírus e suas consequências forçaram mudanças em todos os setores e se tornaram a principal preocupação de muitos brasileiros. Além da saúde, claro, os impactos aos negócios e, consequentemente, aos trabalhadores se tornam motivo de tensão. Mesmo os que continuam no serviço temem pelo próprio emprego; enquanto outros já perderam a vaga; e há ainda os que já estavam desempregados e enfrentam mais dificuldades na luta por uma oportunidade em meio à crise sanitária global.

Há mais de um mês, medidas de restrição se espalharam pelo país. Aulas foram suspensas, comércios fecharam as portas e empresas precisaram adaptar a atividade executada para sobreviver. Apesar dos esforços para manutenção dos empregos, nota-se uma onda de demissões. De acordo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), a taxa de desemprego no Brasil está em 11,6%, o que representa mais de 12 milhões de pessoas desocupadas. O número tende a crescer agora.

A taxa de informalidade, apesar de apresentar queda em relação ao mesmo período do ano passado, atinge 40,6% da população economicamente ativa. O Brasil tem cerca 38 milhões de trabalhadores informais, que, durante a crise, se encontram em situação ainda mais limitada de atuação: como vender algo na rua se ela estiver vazia? Os números divulgados pelo IBGE no início da pandemia são alarmantes, mas são as projeções para os próximos meses que mais preocupam.

Nos primeiros 15 dias de abril, 267 mil pessoas pediram seguro-desemprego, quase 14% em relação à segunda quinzena de março. Do início de março à metade de abril, mais de 804 mil pessoas requisitaram o benefício. O Ministério da Economia estima que mais de 200 mil perderam o trabalho e ainda não solicitaram o seguro-desemprego. Se essa defasagem estiver certa, já são mais de 1 milhão de pessoas que ficaram desempregadas em meio à pandemia.

Altos e baixos

O Indicador Antecedente de Nível de Emprego (IAEmp), desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), que procura antecipar a evolução do mercado de trabalho brasileiro nos meses seguintes, apresentou queda de 9,4 pontos, o segundo maior declínio em quase quatro anos. Enquanto isso, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que tem metodologia semelhante ao da taxa de desemprego, subiu para 92,5 pontos. Economistas do Ibre supõem a possibilidade de uma piora nos números dos próximos meses, à medida que os efeitos econômicos da pandemia ficarem mais claros.

Contratação Interrompida

Lara Rodrigues, 24 anos, entrou para a estatística dos que ficaram sem trabalho durante a crise de coronavírus. Formada em biomedicina e habilitada em análises clínicas pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), a jovem foi despedida em consequência da pandemia. Lara estava em período de experiência em uma clínica de depilação a laser na Asa Norte desde dezembro do ano passado. No início de março, passou a cumprir a carga horária e as funções de uma funcionária efetiva.

A carteira de trabalho foi repassada para o setor de contabilidade, mas não ganhou assinatura a tempo. Em 20 de março, antes mesmo de a contratação ser formalizada, ela foi dispensada. A justificativa da empresa: questões financeiras. “Eles haviam investido em equipamentos novos para a clínica que seriam pagos conforme os tratamentos fossem vendidos. Então, por terem que fechar a clínica, os donos ficaram no prejuízo e não conseguiriam me contratar agora”, explica Lara, especialista em biomedicina estética pelo Instituto de Saúde Esportiva Estética e Clínica (Iseec).

Há chances de a clínica recontratá-la quando a situação voltar à normalidade. Entretanto, o setor de estética exige contato direto com o paciente e procedimento mais invasivos, o que ocasiona escassez de vagas na área nesse momento. Por essa razão, agora a biomédica busca oportunidades em laboratórios, em que pode atuar com a habilitação em análises clínicas. “Não é o meu foco, mas dá para pelo menos contornar a situação e depois voltar para o que eu quero seguir”, aponta.

“Por terem que fechar a clínica de estética, os donos ficaram no prejuízo e não conseguiriam me contratar agora”. Lara Rodrigues, biomédica desempregada

Surfando em boas ondas

Marcelo Arone, fundador da consultoria em recursos humanos Optme, analisa que entre os profissionais que continuam sendo demandados mesmo em meio à crise estão os que atuam em e-commerce e ligados à tecnologia. É o caso do especialista em processamento de dados pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP) Rodrigo Kendji Shimada, 36 anos. Em meio a uma pandemia, ele conseguiu um novo trabalho, tornando-se líder do time de engenharia de software da intermediadora de pagamentos virtuais Wirecard.

Rodrigo trabalhava com gestão de processos em outra instituição quando soube da vaga por recomendação de um colega. Logo mandou o currículo em uma plataforma virtual e foi convocado para a entrevista por telefone. Houve ainda mais duas fases. Para ele, a oportunidade é um privilégio. “O mercado está passando por uma crise. Tem muita gente perdendo o emprego, enquanto eu, além de conseguir uma recolocação, estou em uma empresa que oferece todo o suporte para o trabalho remoto”, conta.

O processo seletivo que aprovou Rodrigo aconteceu após a chegada da pandemia ao país, mas antes de o alastramento se tornar mais grave. Ele pediu demissão da antiga empresa e, pouco tempo depois, começaram as medidas de restrição do comércio e o pedido dos órgãos federais pela quarentena. “Passei por uma crise de insegurança. Durante o tempo em que fiquei em casa esperando, comecei a ver que muitas empresas estavam no limite, contratando menos. Deu aquele frio na barriga e me perguntei se havia feito a coisa certa”, confessa. O novo cargo de Rodrigo combinou dois fatores em alta: home office e tecnologia.

Desde antes da quarentena, a Wirecard possibilitava aos colaboradores o trabalho remoto uma vez por semana. Agora, o teletrabalho se tornou regra. Rodrigo assumiu o posto em 6 de abril, quando o isolamento social já estava consolidado, por isso iniciou a função em home office. O líder de engenharia de software relata que está ansioso para o fim da pandemia para poder atuar no escritório. “Não é a mesma coisa que poder almoçar com as pessoas, tomar um café e conversar com os colegas”, ressalta. “De vez em quando é legal, mas não todos os dias”, opina.

“O mercado está passando por uma crise. Tem muita gente perdendo o emprego, enquanto eu, além de conseguir uma recolocação, estou em uma empresa que oferece todo o suporte para o trabalho remoto”

Áreas em crescimento

  • Caminhando na contramão da crise, alguns setores começam a apresentar crescimento e se veem na necessidade de aumentar o quadro de funcionários. Com a rotina de isolamento social, serviços específicos tendem a ser cada vez mais imprescindíveis, como aqueles prestados por profissionais de saúde, logística e desenvolvimento de plataformas de tecnologia.
  • Além de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros perfis de atuação hospitalar, que obviamente são procurados neste momento, há outros, como aponta levantamento do Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac). Confira perfis que continuando sendo demandados durante a pandemia:
  • Profissionais de saúde;
  • Cuidadores de idosos;
  • Atendentes de farmácia;
  • Trabalhadores de logística;
  • Criadores e desenvolvedores de aplicativos.

Uma nova forma de recrutar

Em razão das recomendações de isolamento social, agora as contratações precisam ser feitas de uma forma diferente. A internet já era há muito tempo usada por pessoas em busca de trabalho e também por recrutadores procurando o candidato ideal. Agora, no entanto, a web se torna praticamente o único canal para isso. Grupos em redes sociais e sites especializados se tornam a saída para empresas que continuam contratando e para trabalhadores que querem se recolocar.

Outra mudança está nas etapas da seleção, que passam a ser também todas virtuais. Em vez da entrevista física, videoconferência. Em vez de testes ou provas na empresa, questionários on-line. E já há várias pessoas contratadas sem nunca terem encontrado cara a cara colegas e chefes. O modelo digital de contratação é adotado pela consultoria de recursos humanos Luandre, que conecta profissionais a empresas. Por causa da pandemia, os mecanismos de seleção foram flexibilizados.

O único perfil que ainda exige entrevista presencial é o de profissionais de saúde, a depender do cargo. Para as demais vagas, todas as etapas são mediadas pela rede mundial de computadores. O processo admissional também é feito remotamente. A equipe recebe os documentos necessários digitalmente, encaminha o contrato para o profissional que assina, escaneia e manda de volta por e-mail. Além disso, o exame admissional deixou de ser obrigatório e as provas técnicas foram adaptadas para o ambiente virtual.

Segundo a superintendente de Recrutamento e Seleção da Luandre, Gabriela Mative, cerca de 2.500 profissionais foram contratados dessa maneira. De acordo com ela, o quadro de funcionários da própria Luandre também cresceu consideravelmente nas últimas semanas, especialmente para operações de recrutamento e seleção. “Nós contratamos 22 empregados desde o início da pandemia. Isso porque o volume de posições aumentou muito, principalmente na área de saúde e logística”, revela.

Na saúde, o número de vagas quadriplicou e, pela demanda urgente, crescem as contratações de recém-formados. Os pré-requisitos para vários cargos foram simplificados. Tempo de experiência, por exemplo, deixa de ser pedido. Para Gabriela, os currículos não precisam de grandes adaptações além das convencionais para a contratação virtual. “Não muda muito. Assim como a etapa de entrevistas também não tem muitas diferenças”, afirma.

É hora de mostrar serviço

Durante a pandemia, os critérios de análise dos candidatos podem mudar um pouco. As seleções se tornam mais concorridas com o aumento da quantidade de desempregados, o que dá mais opções aos recrutadores. Assim, serão priorizados os trabalhadores que mostrem serviço e autonomia, que deixem claro durante o processo que darão resultado para a empresa. Para o home office, saber usar as novas tecnologias também ajuda.

Maurício Carvalho, cofundador da fintech Husky, que facilita transações internacionais por aplicativo, acredita que o mais importante em um processo seletivo on-line é mostrar produtividade. O tempo de experiência no mercado perde relevância ao lado de um portfólio bem estruturado, um projeto importante feito e a exposição de resultados. “O que avaliamos é se a pessoa vai ter a capacidade de entregar o produto sem gerenciamento presencial e constante, se ela consegue trabalhar com autonomia”, afirma.

Colaboradores e empresas que se relacionam de alguma maneira com a internet tendem a passar por esse momento com mais facilidade. “Muitas pessoas ainda não pegaram o gancho que é o valor que alguns profissionais têm para essas empresas”, diz Maurício. A dica é direcionar o currículo aos setores que estão demandando mais serviço. Advogados, contadores e administradores, por exemplo, têm a chance de mudar o foco de sua habilitação e mirar em firmas de tecnologia. “Profissionais que evoluem com o mercado criam um diferencial para a empresa.”

Trabalho remoto em alta

A maioria das vagas que permanecem abertas é para trabalho remoto. O método já era uma forte tendência para os próximos anos, mas precisou ser aplicado de uma hora para outra em muitas empresas com a necessidade do isolamento social. O fato é que nem todas as empresas ou até mesmo colaboradores estavam preparados para esse formato. O trabalho on-line pede outro tipo de comportamento organizacional.

Alguns aspectos do ambiente presencial perdem a relevância e abrem espaço para novas necessidades. A fintech Husky funciona completamente em home office desde a fundação. Segundo Maurício Carvalho, cofundador do negócio, o trabalho remoto expõe outras variáveis mais importantes do que computar horas. “Existe a necessidade de uma organização prévia, quase um acordo do que vai ser trabalhado. Resta ao empregador confiar na entrega do produto”, afirma o empresário, que analista de sistemas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).

Além disso, o processo seletivo da Husky é 100% on-line. Nos últimos dias, a companhia contratou três novos funcionários: um especialista de marketing, um diretor de vendas e um engenheiro de software. O processo permite até encontrar perfis fora da região da empresa, que fica em São Paulo. “Eu não conheço pessoalmente nenhum deles. O engenheiro é do Mato Grosso do Sul, tem uma excelente formação e isso que foi determinante”, conta.

“Profissionais que evoluem com o mercado criam um diferencial para a empresa”. Maurício Carvalho, cofundador da fintech Husky.

Estágios em alta

Assim como as seleções de emprego, os processos seletivos de estágio também foram digitalizados por causa da pandemia. E as contratações continuam ocorrendo. O Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) prevê aumento de 20% nas admissões de estagiários e aprendizes dos setores essenciais, que correm contra o tempo para reforçar as equipes. Somente em Brasília, a associação oferta cerca de 700 vagas, sendo 22% destinadas a áreas como da saúde, varejo, indústria da alimentação, logística e comunicação.

Estudantes dos cursos de enfermagem, fisioterapia, psicologia e nutrição são os que apresentam maior demanda. Entre os recrutadores, além de saúde, estão empregadores de delivery, assim como logística e comunicação. O gerente regional do Centro-Oeste e do Distrito Federal do Ciee, Claudio Rodrigues de Oliveira, explica que, com o aumento de demandas causado pela pandemia, muitas empresas precisaram aumentar a estrutura. “É necessário contratar mais gente, e o estagiário acaba sendo valorizado e beneficiado neste período”, diz.

“O comércio está fechado, e as pessoas estão comprando on-line. Com isso, cresce a necessidade de aumentar a logística de entrega e, então, contratam estagiários”, exemplifica. Para auxiliar as empresas durante o período de restrições e isolamento social, o Ciee disponibiliza uma ferramenta para videoconferências e permite aos estudantes publicar um vídeo se apresentando. “Isso facilita que o gestor tome uma decisão. São formas que encontramos para continuar movimentando o mercado de estágio para que, quando essa crise passar, o país retome o processo de crescimento”, pontua.

“É necessário contratar mais gente, e o estagiário acaba sendo valorizado e beneficiado neste período”. Claudio Rodrigues de Oliveira, gerente regional do Ciee no Centro-Oeste e no DF.

Novas contratações

Ana Carolina Torres, 24 anos, estudante de letras-tradução inglês da Universidade de Brasília (UnB) é uma das novas estagiárias contratadas por intermédio do Ciee. A jovem começa o estágio esta semana na empresa de tecnologia da informação Central IT. Ela atuará na elaboração de diálogos para uma inteligência artificial destinada ao Ministério da Economia. O processo seletivo, feito no início do mês, ocorreu por meio de entrevistas virtuais e telefônicas.

A companhia ainda não informou ainda se ela trabalhará em home office ou presencialmente. “Fico um pouco apreensiva, mas claro que, se precisar ir pessoalmente, eu vou tomar os cuidados”, afirma. Este é o primeiro estágio de Ana Carolina. Sobre ser encontrada em meio à crise de Covid-19, ela se sente privilegiada. “Este é um momento em que nós enxergamos essas vantagens. No meio desta loucura, era o último momento que eu esperava conseguir um estágio. Foi um choque”, reconhece.

Da mesma forma se sente a estudante do 10º semestre de medicina veterinária do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos (Uniceplac) Monique Santos, 23. Estagiando no Carrefour desde 8 de abril, ela auxilia a área da segurança alimentar. “Eu me sinto feliz, uma vez que nós, da área de inspeção de alimentos, estamos garantindo a qualidade dos produtos para a população”, testemunha. O processo de contratação de Monique contou com três etapas: prova, entrevista e conversa com o diretor.

O trabalho dela é essencial; por isso, não pode ser feito a distância. “Tudo é feito com bastante cautela e responsabilidade. O Carrefour está disponibilizando todos os meios de proteção para os funcionários, assim como procedimentos de higienização de cada setor a cada duas horas e distância adequada nas filas, com faixas de distanciamento no chão”, percebe.

Vagas de estágios escassas em determinadas áreas

Segundo Claudio Rodrigues de Oliveira, gerente regional do Ciee no Centro-Oeste e no DF, apesar da alta de contratações em alguns setores, em outros, as oportunidades minguaram com a pandemia. “Grande parte dos segmentos está sofrendo muito. Mas a gente tem que acreditar que, quando isso passar, essas oportunidades para estagiários e aprendizes voltarão”, afirma.

Estudante do 6º semestre de administração no UniCeub, Pedro Arthur Araujo, 24 anos, perdeu o estágio com a crise. Ele atuava na recepção de uma clínica de fisioterapia em Taguatinga havia duas semanas quando foi dispensado. Ele conta que a empresa reuniu os funcionários e explicou que não conseguiria manter toda a equipe devido à pandemia. Segundo Pedro, antes das medidas de isolamento, a clínica investiu em uma reforma no prédio. Além disso, o número de pacientes, em maioria idosos, diminuiu drasticamente.

“Eu acredito que foi por isso que a empresa quebrou. Nos últimos dias em que fiquei lá, não houve atendimentos: as pessoas ligavam só para desmarcar”, relata. O desafio agora é conseguir um estágio durante esta fase tão delicada. O jovem busca em grupos de redes sociais, sites de recrutamento e pede indicações de amigos. “Eu sou inscrito em todas essas plataformas de emprego. Tenho que ser otimista, mas não está fácil”, afirma.  Pedro conta que, antes, não faltavam vagas para estágio em administração.

Ao acompanhar as listas de estágio publicadas no caderno Trabalho & Formação Profissional e no site Eu, Estudante, é possível notar que boa parte das oportunidades se destinava a esse curso. A situação mudou e as oportunidades ficaram escassas. Neste momento, cai a ficha de que não há previsão para o fim da crise, e os boletos continuarão chegando. Antes da clínica, Pedro trabalhava com reposição em mercados, setor que tem contratado bastante nos últimos tempos. “Eu não queria voltar a trabalhar nessa área, mas, se for o caso e não houver outra alternativa, terei que retornar, porque não posso ficar parado”, admite.

Como se portar em uma entrevista virtual?

De modo geral, o objetivo da entrevista on-line continua sendo o mesmo da presencial. O propósito desse encontro é mostrar ao recrutador quem é o candidato de forma mais próxima e clara do que o currículo. Confira orientações de Bianca Machado, gerente sênior da Catho, para este momento:

Preparo

É fundamental estar preparado para o momento da entrevista. Estude a empresa, bem como o mercado de atuação dela, seus concorrentes e o momento pelo qual a companhia está passando. Além disso, é importante que o candidato demonstre segurança ao falar de sua trajetória profissional.

Roupas

Quando participamos de um processo seletivo presencial, apresentamos um pouco da nossa identidade ou marca pessoal. Na entrevista on-line, isso não é diferente. O mais indicado é conhecer o tipo de empregador e, assim, escolher o dress code que se adequa ao estilo de organização.

 Tecnologia

Para garantir que tudo saia conforme o esperado, prepare-se. Teste a câmera (ou webcam) com antecedência, assegurando que estará funcionando perfeitamente e que a captação da imagem e do áudio do microfone está adequada.

 Lugar

O ambiente de gravação deve ser silencioso, iluminado e organizado. Vale se certificar de que todos ao redor do ambiente saibam que você não poderá ser interrompido durante a entrevista.

 Postura

Nosso corpo transmite sinais sobre quem somos ou qual momento estamos enfrentando na vida. Portanto, a postura em frente à câmera deve ser de confiança, sem se deixar intimidar pelo objeto, e com um tom de voz adequado.

5 dicas para entrar no mercado

Para auxiliar pessoas que estão em busca de recolocação profissional, Larissa Ruza, coordenadora de Marketing de Recrutamento da Connekt, plataforma inteligente de seleção digital, separou cinco dicas práticas. Confira:

Por mais clichê que possa soar, é preciso lembrar: não se desespere. O desespero faz com que não encontremos saídas, transforma qualquer caminho em labirinto. Mesmo sendo difícil, tente racionalizar a situação e transformar a sua ansiedade em ação.

O período de quarentena é ótimo para criar ou reforçar a rede de contatos profissionais. Notifique que está em busca de um emprego aos mais próximos, em suas redes sociais e grupos de WhatsApp. Sabe aquele amigo que trabalha em uma empresa legal? Ligue para ele! Participe de comunidades virtuais com interesses relacionados à sua área de atuação e compartilhe conhecimentos. Conecte-se, comente e faça-se visível!

Ainda falando sobre o universo digital, entenda que ele pode ser um grande aliado nesse momento. As melhores e maiores empresas estão inseridas nas redes sociais e divulgam suas vagas em sites e plataformas de emprego. Portanto, vá à caça! Torne-se um pesquisador, busque por oportunidades relacionadas ao seu objetivo de carreira e inscreva-se nas oportunidades que fizerem mais sentido para você.

Se inscreveu para uma vaga e não sabe qual o próximo passo? Busque canais que permitam fazer um processo seletivo digital! Hoje, inúmeras plataformas possibilitam que você faça entrevistas e testes aí da sua casa, de forma muito mais fácil, até com seu celular. As áreas de RH continuam a avaliar candidatos e quem conseguir migrar mais rápido para o digital, com certeza, sairá na frente neste período.

Por fim, ajude quem mais precisa. Se conhece alguém que, assim como você, está em busca de uma nova chance, compartilhe oportunidades! Eduque as pessoas para utilizarem a internet de forma colaborativa e funcional neste período. Isso pode abrir portas de alguma forma.

Reinvenção depois da crise

Para o fundador da consultoria em recursos humanos Optme, Marcelo Arone, alguns setores, especialmente os que concentram serviços não essenciais (como comércio, e as áreas de viagens e eventos, entre outras) sofrerão um pouco mais nos próximos meses. No entanto, o momento pede calma e adaptação. É importante se acostumar com a ideia de que a crise é temporária e precisamos estar prontos para quando tudo voltar ao normal. Marcelo relembra a famosa crise financeira americana de 2008, que, em um contexto globalizado, afetou economias capitalistas e causou demissões em massa.

No ano seguinte, com o fim da recessão, empresas voltaram a contratar e disputar os melhores profissionais novamente. “O mercado de trabalho reflete a economia, que, por sua vez, reflete a sociedade”, afirma. Formado em comunicação e marketing pela Faculdade Cásper Líbero, Marcelo Arone ressalta que, na modernidade, cada vez mais, o trabalho e a vida pessoal das pessoas colidem. Portanto, questões ideológicas tendem a se alinhar com o aspecto profissional e as ações das empresas diante da pandemia potencializarão essa ideia.

Dessa forma, há uma forte tendência para que as pessoas fiquem mais seletivas em relação ao local em que pretendem trabalhar. “As companhias que contribuem, seja ajudando os mais vulneráveis, seja auxiliando órgãos governamentais, gerarão empatia na sociedade. Então, quando esse cenário passar, as pessoas vão querer fazer parte disso”, supõe. Segundo Marcelo, ainda é cedo para afirmar que o mercado mudará radicalmente, mas é preciso compreender as lições que serão deixadas.

Crises como esta aceleram o processo de mudança. Quando o mercado voltar ao habitual, os aprendizados conquistados durante esse período serão levados para o cotidiano de empresas e trabalhadores. “Quem antes não fazia home office, por exemplo, teve que aprender a fazer. Clientes nossos ficaram satisfeitos e até impressionados com o ganho que o formato traz”, conta.

Apesar de o trabalho remoto e a digitalização de serviços serem amplamente debatidos por especialistas, entende-se que nem todo serviço pode ser adaptado para esse modelo. Portanto, para ele, o que ficará de lição para setores como saúde, varejo e todos aqueles que precisam ser presenciais é a questão do distanciamento. “Mesmo que a quarentena afrouxe nos próximos tempos, aglomerações serão evitadas. Deve-se começar a limitar o número de pessoas dentro de um local”, comenta.

No que diz respeito à busca por emprego, Marcelo Arone aponta que a palavra da moda é se reinventar. “Quem enxergar isso antes e tentar se requalificar vai ser mais bem-visto. O próprio mercado vai procurar por esses profissionais”, pontua. Portanto, o segredo é se adaptar ao mercado que sobrevive e até mesmo cresce com a pandemia. É o caso das áreas ligadas a tecnologia, telemedicina, educação a distância e e-commerce, entre outras.

Vagas abertas

Confira várias empresas contratando e aproveite estas chances de voltar para o mercado ou se recolocar:

Robô ajuda na seleção

A Goowit, plataforma que conecta empregadores a candidatos, está lançando o Sheerpy, um mentor virtual de carreira que auxilia o usuário a definir objetivos pessoais e profissionais. O robô oferece cursos e treinamentos para quase 100 competências e técnicas comportamentais e de liderança. O acesso será gratuito para os usuários, enquanto as empresas deverão pagar mensalidades após algum período para utilizar as ferramentas. Segundo a startup, os setores de saúde e delivery são os que mais oferecem trabalho usando a plataforma para contratação on-line. Cadastre-se

Trabalho remoto em fintech

A Stone, fintech de serviços financeiros e de pagamentos, está oferecendo mais de 10 vagas para profissionais de tecnologia, que podem optar pelo trabalho remoto de qualquer cidade do Brasil. Não há data limite para as inscrições e, mesmo que não sejam selecionados, os perfis ficarão cadastrados na plataforma. Para se candidatar, acesse as vagas da área no LinkedIn

Para desenvolvedores

Com foco em soluções digitais, a Lambda3, empresa do setor tecnológico está com 28 vagas abertas para contratação de desenvolvedores. O processo seletivo será realizado via conferência on-line e o início do trabalho é no modelo home office. Os interessados em participar do processo seletivo podem se candidatar no site

Oportunidade além da quarentena

A fintech Magnets está em busca de novos talentos para compor o quadro de funcionários de forma remota. Há vagas para funções como desenvolvedor mobile, front-end, back-end, product manager, estágios, entre outras. Para consultar as vagas, acesse:

Vários benefícios

A Recovery, empresa de prestação de serviços de tecnologia em cobrança, está contratando funcionários a distância. Além da seleção e triagem, as etapas incluem entrevista por videoconferência com a área de gestão de pessoas e testes comportamentais e técnicos, quando necessário. O processo de integração institucional inclui a assinatura do contrato digital, o envio do computador e do cartão de benefício de vale refeição para a casa do contratado. Acesse

Temporários na saúde

A Adecco, empresa de recrutamento e seleção, está com aproximadamente 500 vagas de empregos temporários na área da saúde. As posições estão disponíveis no Distrito Federal e nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. São vagas para técnicos de enfermagem e enfermeiros, com salários que vão de R$ 3.167 a R$ 5.863. Apesar de os contratos serem temporários, com 90 dias de duração, há possibilidade de efetivação. Candidatos devem se cadastrar pelo link até 31 de maio.

Reforço em medicina e enfermagem

A instituição de saúde Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP)  acaba de abrir processo seletivo para a contratação de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, auxiliares administrativos e auxiliares de higiene. No total, são ofertadas 100 vagas. Inscreva-se na seção Trabalhe Conosco

Startup de recrutamento

A Connekt, plataforma de recrutamento digital, oferece de forma gratuita todas as funcionalidades da plataforma. As empresas podem abrir vagas e ordenar a jornada do candidato, incluir testes on-line e entrevistas em vídeo. Além disso, a admissão pode ser feita no modelo digital, por meio de uma parceria com a startup ÚnicoRH. Os candidatos terão acesso a mais 3.900 vagas espalhadas em todo o país. Empresas e candidatos interessados podem conferir a oportunidade em: conteudo.connekt.com.br/covid-19-queremos-ajudar.

Banco de talentos

A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) anuncia a criação do Abstartups Jobs para ajudar profissionais e empresas a se conectarem ao mercado tecnológico. Trata-se de um banco de talentos digital e gratuito, tanto para profissionais que buscam recolocação se cadastrarem quanto para startups que estão atrás de de talentos. Para se cadastrar, acesse

Salários de até R$ 20 mil

A XP Inc., que reúne diversas empresas de investimentos do país, quer contratar 3.100 colaboradores, o que representa crescimento de 25% em relação ao quadro atual de 2.500 funcionários. A seleção é destinada a profissionais de diversas áreas de negócios, incluindo suporte, atendimento ao cliente, desenvolvimento de produtos, tecnologia e dados. Os salários para essas novas vagas variam entre R$ 5.000 e R$ 20.000, além de benefícios. Os interessados devem acessar

Trainees

A Arco Educação é uma startup de soluções para ensino básico e promove processo seletivo de trainee com vagas para São Paulo, Fortaleza, Curitiba e Belo Horizonte. O interessado deve ser estudante universitário com previsão de formatura ou diploma de graduação emitido entre 2017 e 2020, ter disponibilidade para mudanças e viagens. A primeira parte do processo seletivo será on-line; a segunda etapa será presencial, mas ainda não há data prevista, devido à pandemia de coronavírus. As inscrições vão até 30 de maio no site: www.traineearco.eureca.me.

TI e saúde

A Vitta, empresas de tecnologia em saúde do Brasil, está com 40 vagas abertas para médico da família, analista de experiência do paciente, desenvolvedor frontend pleno, desenvolvedor frontend pl/sr, enfermeiro – equipe de saúde, estágio em estudo de mercado, estágio em inside sales e member inbound analyst. Os interessados devem se increver no site: www.vitta.gupy.io.

Curso de inglês

A EF English Live está com 30 vagas abertas para vendas e pós-vendas em trabalho remoto. Faça sua inscrição no site: www.portaldevagas.connekt.com. br/englishlive.

50 oportunidades

O Mycon, empresa fintech de consórcios, está com 50 vagas para os cargos de customer success, SDR / inside sales, especialista em A.I., full stack developer, full mobile developer, especialista em chatbot, assistente ADM e RH pleno. Todo o processo de entrevista e contratação será feito on-line. Inscreva-se no site

Startup contrata

O Grupo Nexxera está com quatro vagas abertas para analista de crédito, analista de estruturação (produtos financeiros), analista de mkt e angular front-end developer. A inscrição deve ser feita no site

Indústria e varejo

A Gi Group Brasil, filial da multinacional italiana de RH, está com vagas abertas. Ao todo são 1.500 oportunidades, sendo 1.000 temporárias e 500 permanentes, em setores essenciais. As contratações são para cargos de auxiliar de produção, ajudantes, operadores, técnicos de segurança e analistas administrativos em indústrias de alimentos e produtos de limpeza. Há vagas no varejo para os cargos de atendente, operador de logística e promotor. Na área de saúde, há oportunidades para técnicos e auxiliares de enfermagem. A maior parte das vagas é para São Paulo (cerca de 500) e Ceará (com 300), seguidos por Minas Gerais e estados do Sul. No caso dos temporários, o período de contratação pode variar de acordo com a duração da quarentena, mas o prazo inicial previsto varia de 30 a 90 dias. O processo de seleção envolve avaliação de currículo e entrevista por Skype, WhatsApp e outra ferramenta digital. Interessados devem se cadastrar no site

 30 chances

A empresa de mobilidade urbana Tembici oferta 30 vagas nas áreas de tecnologia, logística, analista. Acesse o site para mais informações:

Vagas para tecnologia

A GFT, empresa de tecnologia, está com 110 vagas abertas para a área de tecnologia da informação. As oportunidades são para diversas funções e níveis e estão distribuídas entre Alphaville, Sorocaba, São Paulo e Curitiba, porém profissionais de todo o país podem participar da seleção. Entre os benefícios oferecidos pela companhia estão auxílio para custear cursos de graduação e pós-graduação. Os currículos devem ser enviados para o e-mail ta.team.brazil@gft.com com o título “Carreira GFT Brasil”.

Senac-RS

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Sul (Senac-RS) está contratando em diversas áreas para trabalhadores de níveis funamental, médio e superior. Os salários não são informados, e há benefícios: vale-transporte, vale-refeição ou vale -alimentação (de acordo com a carga horária), plano de saúde, plano odontológico, seguro de vida, bolsa auxílio educação, desconto de 80% em cursos de idiomas no Senac, auxílio-creche e auxílio funeral. As vagas são para cidades do Rio Grande do Sul. Inscrições pelo site.

Ajuda para os RHs

Videoentrevistas gratuitas

Vagas.com, plataforma de recrutamento, anunciou a liberação gratuita de 1.000 minutos da ferramenta de videoentrevista para clientes. O prazo de acesso poderá ser estendido em caso de agravamento da pandemia. Quando o candidato grava o material, o profissional que recebe e analisa o conteúdo tem à disposição informações como: nuvem de palavras com os termos mais usados durante a gravação do vídeo, transcrição do áudio em texto, possibilidade de inserção de comentários, entre outros recursos. Os RHs interessados devem entrar em contato pelo site.